Cris Manfro - Exclusão e Humildade

 Hoje quero compartilhar com vocês o texto da  linda Cris Manfro que é Psicóloga, Psicoterapeuta e escritora.

 O texto, infelizmente, retrata algo que não deveria existir, mas que ainda é muito comum na sociedade em que vivemos.

 Vale a leitura!

Exclusão e Humildade

Uma mulher, profissional, mãe, em começo de vida. Precisava de um vestido de festa. A mãe poderia emprestar, porque gastar? Mas o prazer de pegar o dinheiro e ir comprar o próprio vestido falou alto. Com o dia corrido não teve tempo para se produzir para ir a loja. As pessoas fazem escova no cabelo e se produzem até para ir ao cabeleireiro. Parece sem nexo. 

Chegando à loja foi atendida por uma funcionária dedicada e a atendeu com entusiasmo. Achou o vestido. Então começou seu calvário. Um dinheiro se perdeu na loja,e ela nem deu bola para o que acontecia. Então, ao perguntar o preço de outra peça de roupa, outra pessoa respondeu, tirando a peça da sua mão. Ela começou a se sentir inadequada, percebendo olhares como quem diz: o que você está fazendo aqui? Esse lugar não te pertence! Perguntou se poderia levar uma peça na condicional, a mesma pessoa respondeu que para ela não, pois não era conhecida. Quando foi pagar, a pessoa disse que ela não precisaria voltar à loja para pegar a roupa (teriam que fazer alguns ajustes). Mandariam um moto boy para ela não precisar voltar.

Sabemos quando uma frase tem duplo sentido: “você não precisar mais voltar”! Pode ser interpretado como: “facilitaremos a sua vida”. Mas não foi assim. O sentido de toda a história foi: “Pessoas como você, não são bem vindas”. PRESTEM ATENÇÃO: nunca o dinheiro e o “poder”mudou tanto de mãos como na atualidade! A pessoa simples de hoje pode ser o milionário de amanhã. O rico de hoje pode estar sem nada a qualquer momento. No latim o radical “hum” significa “da terra”. Do hum deriva “humilhar = atirar o oponente ao solo”. Também deriva “humildade = manter os pés no chão”. A hipocrisia sobe à cabeça e tira os pés das pessoas do chão. 

Descalcem os preconceitos, esqueçam as roupagens, os rótulos. Quero que meus filhos, amigos, pacientes sejam todos pessoas tipo A. “A” de bom caráter, bons valores e respeito de uns para com os outros. Quero distância de pessoas do tipo engodo, de fachada, que arrotam o que não têm e quem não são. Tenho asco daqueles que têm tudo e não usam isso para facilitar a vida dos outros. Ao contrário, humilham e excluem. Sinto muito pelo que aconteceu minha filha! Sinto que tenha saído chorando....mas isso ensina na pele que é exclusão.''


Cris Manfro